COLUNISTAS


15/07/2019
QUEIMA DO ALHO NA FESTA DOS TROPEIROS

Amigo amante da música sertaneja hoje você vai conhecer um pouco sobre o almoço do tropeiro e dos boiadeiros de estradão, também conhecido como “queima do alho”, comida simples que virou concurso e mantém a tradição cultural da nossa terra.

O nome Queima do Alho é dado a tradição da culinária típica das comitivas de peões de boiadeiro e é uma das principais atrações em festas agropecuária, encontros de comitivas, cavalgadas entre elas a Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos.

Em geral o cardápio é composto de arroz carreteiro, feijão gordo, paçoca de carne e churrasco. A comida é feita em fogão de lenha improvisado. Os concursos culinários de queimas de alho possuem regras que em sua maioria o vencedor é o cozinheiro que prepara a melhor refeição à moda dos tropeiros, no menor espaço de tempo. Existe até um circuito de queima de alho com classificação e tudo.

A comida tropeira era por si só simples prática e de muita “sustança”, como os próprios tropeiros a definiam. O básico que o tropeiro levava para comer no caminho era o feijão, o arroz, a carne-seca e o toucinho. Depois vinham os acompanhamentos, como as farinhas de milho e de mandioca, o sal, o alho, a rapadura ou açúcar e o pó de café. Tudo transportado em “bruacas de carga” (caixas de madeira encapadas de couro) no lombo de mulas.

Logo de madrugada, o cozinheiro, que em geral era o mais jovem de todos, acordava e colocava o feijão para cozinhar, em um trempe “tripé” (arco de ferro com três pés, e sob o qual se coloca a panela ao fogo), enquanto os outros arreavam a tropa e colocavam a carga nos animais. Depois do feijão cozido, fazia-se o café, e, numa panela, fritava-se o toucinho, preparando um feijão tropeiro bem gordo, completando com a farinha de milho. Tomava-se o café com este feijão. O resto do feijão cozido, sem tempero, era colocado num caldeirão e levado para o almoço no caminho. Depois de pelo menos 4 léguas (mais ou menos 25 Km), os tropeiros paravam num rancho, debaixo de arvores e o cozinheiro ia preparar o almoço. Sempre chegando antes de todos.

Fritava o torresmo numa panela, tirando o excesso de gordura, e só então colocava o feijão já cozido, os temperos e a farinha de milho, fazendo novamente o feijão tropeiro que em geral é seco, sem caldo, já o feijão gordo tem um caldo gordo. Alguns tinham a carne-seca, bacon e a linguiça que eram acrescidas ao feijão junto ao cozimento. Na sequência, preparava-se o arroz carreteiro, com carne-seca, cebola e alho colocados junto ao arroz para cozinhar.
Também tinha paçoca-de-carne e farofa. Já a carne em sua maioria era chapeada.

Esse era o almoço e o jantar do tropeiro. Um outro fato curioso era o preparo do café, que era bebido logo após as refeições, pra não dar sono.

Muitas músicas sertanejas de raiz falam em suas letras sobre almoços caipiras e queimas de alho. Sou suspeito em falar sobre o assunto, pois também sou cozinheiro de comitivas em minhas horas vagas e o negócio é bom demais.

Dia 21 de julho, domingo agora, teremos no bairro SLTINHO DO GALINARI em Penápolis a 4ª “FESTA DOS TROPEIROS”, com muita música sertaneja, cavalgada rural, encontro de comitivas, show de viola caipira, e a nossa COMIDA TROPEIRA com: arroz carreteiro, feijão gordo, carne chapeada, mandioca, salada e farofa. Interessados, falar comigo para adquirir seus convites antecipado ainda no valor do primeiro lote.

Amigos, semana que vem tem mais curiosidades e histórias da nossa cultura brasileira, grande abraço.



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