ARTIGOS


TIÃO CARREIRO E PARDINHO

Amigo amante da música sertaneja hoje você vai conhecer um pouco dos “Criadores e Reis do Pagode” Suas Majestades Tião Carreiro e Pardinho. Agradecendo a pesquisadora Sandra Peripato pelo apoio.
José Dias Nunes, o Tião Carreiro, nasceu em 13 de dezembro de 1934, em Montes Claros, norte de Minas Gerais. Ainda adolescente mudou-se com a família para o estado de São Paulo para a cidade de Florida Paulista, depois Valparaíso. Nessa época com 16 anos, decidiu trocar o cabo da enxada pelo braço da viola. Como tinha de ajudar no sustento da família, intercalava o novo ofício a outras funções, como a de garçom no restaurante de um hotel da cidade, onde ele costumava encantar a clientela dedilhando ao violão sambas e músicas populares da época. Após se apresentar no programa "Assim Canta o Sertão", de uma rádio local, engatilhou parceria com um amigo chamado Valdomiro, adotando o nome de Zezinho e Lenço Verde, depois Palmeirinha e Coqueirinho e depois com Tietezinho. Outra cidade fundamental para a formação musical e a vida de Tião foi Araçatuba onde passou parte da juventude e conheceu Nair Avanço, durante as festas juninas de 1953, casando-se com ela 14 meses depois. O sucesso como artista, porém, só viria com força anos mais tarde ao lado de Pardinho, com quem formou a dupla que ficaria perpetuada como "Os Reis do Pagode".
Antonio Henrique de Lima, o Pardinho, nasceu em São Carlo-SP, em 14 de agosto de 1932. Com 14 anos, nessa mesma cidade passou o circo "Rapa-Rapa", com quem foi embora como ajudante de montagem do espetáculo, e a noite, o dono do circo permitia que ele cantasse algumas modas. Começou cantando com o nome de Miranda. 
No ano de 1956 se uniu a Zé Carreiro para concorrer em um torneio de violeiros, organizado pela Rádio Tupi. A dupla venceu o festival com o cururu "Canoeiro" e recebeu um convite do compositor e diretor do setor sertanejo Teddy Vieira para gravar um LP pela Colúmbia. A partir daí, Antonio Henrique adotou o pseudônimo de Pardinho e começou a criar seus próprios sucessos. 
Antônio Henrique virou "Pardinho", dono de uma primeira voz inconfundível começou a trabalhar seu próprio repertório. Lançou em disco os sucessos "Facão do Cristiano" e "Boiadeiro Feliz", mas nem mesmo isso foi suficiente para manter a dupla. 
Zé Carreiro voltou com o antigo parceiro (Carreirinho) e Teddy Vieira se incumbiu de encontrar alguém para substituí-lo. Foi aí que surgiu, no ano de 1954, a oportunidade de Zé Mineiro, ser transformado em Tião Carreiro.
Gravaram o primeiro disco em novembro de 1956, um 78 rpm com as músicas "Boiadeiro Punho de Aço" e "Cavaleiros de Bom Jesus". Nesse período Tião também fez uma breve dobradinha formada entre Tião e Carreirinho, que registrou nove 78 rpm e um LP.
Violeiro intuitivo, Tião Carreiro jamais frequentou escola de música. Boa parte das canções gravadas pela dupla eram escritas pelos compositores: Léo Canhoto, Lourival dos Santos, Moacyr dos Santos, Dino Franco, Teddy Vieira entre outros.
Criou o Pagode de Viola em março de 1959 em Maringá-PR, um novo ritmo na história da música sertaneja. Tião Carreiro criou um ponteado diferente com a viola e Pardinho ao violão fazendo contra-tempo, que mostrado a Teddy Vieira foi dado o nome de "Pagode", uma mistura do recorte do catira (lento) com o recortado mineiro (mais expressivo). 
Tião Carreiro foi também um dos grandes responsáveis pela popularização da música sertaneja, tirando-a dos programas sertanejos das rádios nas madrugadas e colocando-a nos teatros, rodeios, exposições e no horário nobre da televisão.
Tião Carreiro se foi como os grandes mestres, antes da hora, vítima de complicações advindas da diabetes que lhe consumiu lentamente, sem compreender a dimensão e o alcance de seu trabalho.
José Dias Nunes, Tião Carreiro, faleceu dia 15 de outubro de 1993, e foi sepultado no cemitério da Lapa em São Paulo-SP, onde foi construído um memorial em sua homenagem e que todos os dias de finados, inúmeros fãs se reúnem em volta do túmulo do artista e passam horas e horas cantando seu repertório e relembrando alguma passagem de sua carreira.
Gravou ao longo de sua carriera 27 discos 78 rpm, sendo 9 com Carreirinho e 18 com Pardinho, e 41 LPs, que foram remasterizados em 41 CDs (33 com Pardinho, um com Carreirinho, quatro com Paraíso, dois discos solo e um com Praiano), além de 15 compilações em LP lançadas entre uma e outra gravações originais, compactos simples e duplos.
Entre seus grandes sucessos destacamos: Pagode em Brasília, Amargurado, Chora Viola, Rei do Gado, Boi Soberano, Estrela de Ouro, Raízes do Amor, Preto Velho, Navalha na Carne, Encantos da Natureza, Rancho do Vale, Rio de Lágrimas, entre outros.
Tião Carreiro durante uma pausa na parceria com Pardinho, formou dupla com Paraíso, com quem gravou 4 LPs, e Pardinho formou dupla com Pardal, com quem gravou 6 LPs. Depois de quatro anos separados, Tião Carreiro e Pardinho retomaram a carreira. Pardinho depois que desfez a dupla com Tião Carreiro, se uniu a João Mulato, com quem gravou 4 discos.
Pardinho faleceu na cidade de Sorocaba-SP, em 01 de junho de 2001.Amigos, semana que vem tem mais sobre a nossa musica sertaneja, grande abraço.



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